Riscos versus retornos: uma explicação
Em Lendahand, as pessoas podem investir em parceiros locais (bancos e instituições financeiras não bancárias) ou diretamente em empresários. A rendibilidade destes investimentos varia atualmente entre 2,5% e 8% ao ano. É uma grande diferença. Mas que preço está a ser pago?
Almoço grátis
Se perguntarmos aos investidores profissionais que gerem grandes carteiras qual é o fator mais importante para avaliar a atratividade relativa de um instrumento financeiro, é muito provável que respondam: o risco, ou seja, a volatilidade.
Seria de esperar que mencionassem o "rendimento esperado", mas a teoria aceite é que o rendimento é uma função do risco. William Sharpe ganhou o Prémio Nobel por esta observação (talvez o CAPM lhe lembre alguma coisa). A medida de rendibilidade ajustada ao risco que recebeu o seu nome, o rácio de Sharpe, é também amplamente utilizada pelos investidores institucionais.
Para além de Sharpe, como Markowitz, outros vencedores do Prémio Nobel formalizaram a relação entre risco e rendibilidade. A conclusão é sempre a mesma: a longo prazo, o risco só pode ser reduzido - sem sacrificar a rendibilidade esperada - se os investimentos forem diversificados. Isto também é conhecido como o único almoço grátis em finanças. Adicionar um investimento de risco à sua carteira pode levar a uma redução do risco da carteira, dependendo da correlação desse investimento com o resto dos seus investimentos. E quanto mais se puder diversificar, melhor.
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Redução do risco
Para além da diversificação, pode considerar a rendibilidade como o preço pago pela assunção de um determinado risco. Por exemplo, pode ser o risco de depositar dinheiro no ABN AMRO, onde, se o banco entrar em colapso, o governo pode não conseguir ativar o sistema de garantia de depósitos. Um risco muito pequeno e, por conseguinte, uma rendibilidade relativamente baixa.
Mais além, ao longo do espetro risco-retorno, encontrará oportunidades para investir (por exemplo, através de Lendahand) em empresas de energia solar em África. Leia aqui porque é que esta é uma grande oportunidade e porque é que apresenta um perfil de risco-rendimento diferente. Em alguns destes projectos, pode receber juros de 8% ao ano. No entanto, trata-se de um sector jovem com muitas variáveis desconhecidas. As cartas ainda não foram dadas. Um retorno mais elevado é, portanto, consistente com o perfil de risco mais elevado.
Três dicas para os investidores: Diversificar, diversificar, diversificar
Assim, pode sentar-se e poupar num dos maiores bancos dos Países Baixos, investir numa empresa de energia solar em África, ou escolher algo intermédio no espetro risco-rendimento. Por exemplo, investir em obrigações de um banco estrangeiro que seja supervisionado pelo banco central nacional do país, que esteja em atividade há muito tempo e que tenha uma carteira de empréstimos substancial. Este tipo de investimento implica um risco relativamente menor e, por conseguinte, justifica uma taxa de juro mais baixa. É claro que, com um banco estrangeiro, há sempre a possibilidade de perder totalmente o seu investimento. Afinal de contas, não existe um sistema de garantia de depósitos.
Teoricamente, desde que os riscos sejam equitativamente avaliados, o investimento numa entidade com um perfil de baixo risco/rendimento deve ser neutro em relação a um perfil de alto risco/rendimento. De facto, tal como descrito acima, o capital livre para investir deve ser distribuído por muitos perfis e ofertas diferentes. É aconselhável manter sempre uma parte responsável como poupança e investir o restante numa carteira de investimentos diversificada.
Conclusão
Não é sensato optar sempre pelos projectos com as taxas de juro mais elevadas. Mais uma vez, a diversificação é o único almoço grátis e, se as taxas de juro reflectirem corretamente o risco, é normal que também se queira investir em partes que ofereçam taxas de juro mais baixas.
É claro que há excepções: um punhado de pessoas consegue vencer o mercado de forma consistente, escolhendo os investimentos certos. Mas é preciso ter cuidado. Citando John Keynes:
"O mercado pode permanecer irracional por mais tempo do que você pode permanecer solvente."